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É morada do mítico canal e é vista como a capital mais cosmopolita da América Central. Lugar de arranha-céus cercados de exuberante Natureza, habita um país que liga a América Central e a América do Sul e que representa um autêntico portal deste continente para o mundo

Fotos Tourism Panama

Além da história, da impressionante arquitectura e da diversidade de oferta no que respeita à modernidade, a Cidade do Panamá vibra também como capital destacada pela UNESCO ao nível da criatividade da gastronomia que apresenta, contando com a atenção de chefs internacionalmente reputados. É precisamente na parte antiga da cidade, em Casco Antiguo, Património Mundial da UNESCO, que encontramos os melhores hotéis e bares, terraços e restaurantes que asseguram a vibrante e diversificada cena gastronómica que ali atrai tantos curiosos. A cozinha exclusivamente panamenha inclui sabores, pratos e ingredientes que lhe ficaram das culturas africana, espanhola e nativa. Ao pensarmos na culinária do Panamá, surge de imediato à mente o clássico ceviche, prato de frutos do mar com peixe cru curado em sucos cítricos e temperado com pimentões, mas para desfrutar em pleno de uma das melhores ofertas deste país, há que mergulhar na experiência gastronómica e provar a ropa vieja (prato de carne temperada) e o sancocho (sopa tradicional). Ao pequeno-almoço é comum vermo-nos servidos de ovos, carne, tortilhas, fruta e café e ainda de hojaldras, pão frito polvilhado com açúcar em pó. As yucas fritas (mandioca frita) ou os tostones (bananas-da-terra também fritas) são ideais ao lanche, sem falar, é claro, dos deliciosos frutos do mar e das frutas tropicais.

Uma capital absolutamente ímpar

Para quem visita a cidade pela primeira vez, a melhor sugestão será a de dirigir-se a Cerro Ancón, o ponto mais alto da cidade, de onde se poderá avistar três cidades dentro de uma só – a antiga, a reconstruída e a moderna. Local panorâmico com 199 metros de altitude relativamente ao nível das águas do mar, proporciona uma visão deveras imperdível sobre o coração e a alma da Cidade do Panamá. De aqui, siga-se de seguida até ao Parque Natural Metropolitano que, surpresa das surpresas, representa uma verdadeira floresta tropical em plena cidade e que torna esta capital a única do mundo a dispor de uma floresta tropical nos limites da própria área. Com 2,3 Km2, este santuário natural representa a única reserva de vida selvagem abrigando 227 espécies de aves, 45 mamíferos, 36 géneros de cobras e 14 tipos de anfíbios, todos integrados num cenário onde as árvores alcançam os 30 a 35 metros de altura. Também aqui, seguindo as trilhas indicadas, se poderá alcançar o famoso Cerro Cedro, miradouro de onde se obtém uma das vistas privilegiadas sobre a cidade. A partir de Eclusas de Miraflores, ponto localizado a poucos minutos do coração da capital, obtém-se a melhor perspectiva sobre o famoso Canal do Panamá. Ligação artificial entre o Oceanos Atlântico e Pacífico através do Mar do Caribe, atravessa o istmo do Panamá, representando uma via de incontornável importância para o comércio internacional marítimo cuja mais antiga referência data de 1534, altura em que Carlos V ordenou o levantamento de uma rota que facilitasse a ligação marítima estre Espanha e o Peru. Considerado como uma das maiores maravilhas do mundo, estende-se ao longo de cerca de 80 quilómetros por onde circulam por ano cerca de 15 mil navios, aproximadamente 4% do comércio mundial, e cujas medidas são tradicionalmente definidas tendo em conta as suas próprias dimensões.

A memória como coração da cidade

Também conhecida como Casco Viejo, a zona antiga da Cidade do Panamá remonta aos finais do século XVII, com as suas vibrantes plazas e pitorescas ruas de coloridos edifícios. Trata-se de uma área ideal para caminhar a pé e descobrir a vizinhança. Destaque para a Catedral Metropolitana e para a Igreja de San Jose, famosa pelo seu altar folheado a ouro. Também em Casco Antiguo, merece visita a Plaza de Francia, que homenageia o papel francês na construção do Canal do Panamá e onde se encontram Las Bóvedas, monumento utilizado na defesa contra ataques piratas, e ainda o Paseo Esteban Huertas, de onde se obtém uma das mais belas panorâmicas sobre o horizonte e a baía da cidade e que homenageia o importante papel desempenhado por este comandante militar na separação do Panamá da Colômbia. Entre 1821 e 1903, o Panamá fez parte da chamada Gran Colômbia, que incluía também a Venezuela e o Equador, comemorando-se a 3 de Novembro o Dia da Separação, data em que a maioria dos panamenhos celebra também a independência do país. O Museu do Canal e o Museu de la Mola, o Arco Chato, ruína de uma igreja construída por frades dominicanos, também se encontram nesta zona da cidade, tal como o Teatro Nacional, com os seus impressionantes frescos da autoria do pintor e escultor panamenho Roberto Lewis. Em todo este percurso é possível apreciar e adquirir artesanato local e visitar as sofisticadas boutiques entretanto ali instaladas que também ajudam a tornar a Cidade do Panamá um lugar verdadeiramente icónico. O Casco Antiguo é, sem sombra de dúvida, um dos dois principais destinos de vida nocturna do Panamá, decorrendo a cena mais diversificada da sua movida no centro da cidade entre os edifícios coloniais espanhóis. As opções são inúmeras, desde os bares, às discotecas, aos terraços onde se desfruta de tapas e vinho e a locais onde ouvir jazz ou bandas ao vivo com música tropical, electrónica, reggae, reggaeton, salsa, merengue, hip-hop, rock e muito mais. Para fugir ao bulício da cidade, nada melhor do que rumar à Ilha Taboga, ou Ilha das Flores, formação vulcânica de exuberante flora tropical e maravilhosas praias de areias finas. Apenas a 20 quilómetros da capital, em pleno Golfo do Panamá, proporciona caminhadas irrecusáveis até aos pontos mais elevados – Cerro Vigia e Cerro de la Cruz – e seduz pela arquitectura da colorida cidade histórica que os espanhóis, ali fundaram.

Uma das mais cosmopolitas capitais a América Central, a Cidade do Panamá é tanto uma agitada metrópole como ponto de partida para verdadeiros paraísos tropicais. Local onde coexistem mundos distintos, esta capital é, sem dúvida um núcleo de comércio e de imigração, resultado de um encontro cultural profundo que originou uma particular mistura de estilos de vida e de costumes. Destino urbano onde encontramos filas de trânsito, táxis irrequietos e casinos entalados entre clubes e canteiros de obras, representa um centro bancário e comercial internacional com horizontes preenchidos por torres de vidro e aço cintilante. Contrasta em Casco Viejo, o badalado bairro onde edifícios antigos se unem a hotéis elegantes e bares trendy vigiados por ruínas da história e lendas de piratas. Acelerada e inexoravelmente dinâmica, proporciona também a fuga a si mesma, com as praias do Pacífico ou do Caribe mesmo ali ao lado ou as exuberantes florestas tropicais onde habitam os tucanos e as preguiças. Visitá-la é entrar numa inebriante corrida para, a qualquer momento, ser-se catapultado para um inesperado destino tropical de paz e tranquilidade.

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