O relógio faz-se ouvir cada vez mais alto. Há um tique-taque latente que conta o intervalo de tempo para travarmos o nosso próprio fim. Por vezes parecemos fingir que não existe mas ele está lá, a contar todos os minutos em que é ignorado
Texto Carla Santos Vieira Fotos Keith Scholey e D.R.
E se viajar, tirar partido das maravilhas que o nosso planeta azul nos proporciona e deslumbrarmo-nos com a espectacularidade da diversidade natural, étnica e cultural do nosso Mundo é tão bom, não deveremos também pensar na sua preservação? Gostamos de apreciar a vida selvagem e de testemunhar a beleza de terras distantes, de viver universos diferentes de culturas que não são as nossas. Teremos o direito de os comprometer irremediavelmente? O que diremos aos nossos filhos, aos nossos netos? Que legado será o do ser humano nesta nossa casa a que chamamos Terra?
Acabou a era do aquecimento global e começou a da ebulição global
“O colapso climático começou”, foram as palavras de António Guterres, o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas) em Setembro passado perante a divulgação da notícia que avançava que no Verão o Hemisfério Norte registou as temperaturas mais elevadas de sempre. A informação fornecida pelo programa europeu de monitorização da atmosfera Copernicus (CAMS) adiantava também que, apesar de em pleno Inverno, o Hemisfério Sul terá assistido a temperaturas incrivelmente elevadas. “Os cientistas há muito que alertaram para as consequências da nossa dependência dos combustíveis fósseis”, alertou Guterres, acrescentando “o nosso clima está a implodir mais depressa do que conseguimos aguentar, com fenómenos meteorológicos extremos a atingir todos os cantos do planeta”. Todas estas afirmações decorreram pouco antes de, a meados deste mês, o CAMS informar que o buraco da camada de ozono sobre a Antárctida se revelou maior do que sempre. A notícia foi divulgada poucos meses depois de a ONU anunciar que a mesma estava a regenerar-se…
Ao longo do último ano todos temos assistido à ocorrência de manifestações meteorológicas extremas que implicaram a perda de vidas humanas, do próprio ambiente e ainda em termos económicos. As ondas de calor e as secas têm-se sucedido num canto do mundo, ao mesmo tempo que do lado oposto cheias e inundações arrastam vidas humanas para a morte. Ainda noutro ponto testemunhamos incêndios dantescos com proporções que não encontram qualquer tipo de precedente. Quando o próprio secretário-geral da ONU faz um apelo ao Mundo e lança semelhantes alertas (apenas meses antes, em Julho de 2023, Guterres proferia a emblemática frase ‘acabou a era do aquecimento global e começou a da ebulição global’), apelando às lideranças para que se comprometam em antecipar a neutralidade carbónica de 2050 para 2040, podemos ter a certeza que não se terá caído em alarmismos nem em exageros. Quando semelhante personalidade se dirige ao Mundo dizendo “as alterações climáticas estão aqui. São aterradoras. E isto é apenas o início”, devemos mesmo preocupar-nos. A informação não constitui novidade; o próprio secretário-geral da ONU refere que “a única surpresa é a velocidade da mudança” para a qual a comunidade científica vem há muito a anunciar e sobre a qual na sua perspectiva o ser humano assume a exclusiva responsabilidade.
Se todos vivessem como os portugueses precisávamos de três planetas
Países como os EUA e a China estiveram ausentes na Cimeira de Ambição Climática (cujo objectivo era impulsionar medidas concertadas e globais para mitigar os efeitos da crise climática) realizada em Nova Iorque em Setembro passado, ausência essa partilhada pelos Emirados Árabes Unidos, onde ironicamente se realizou a últimaConferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a Conferência das Partes, COP28. Entre 30 de Novembro e 12 de Dezembro de 2023, Dubai foi o cenário onde se debateram as questões chave para a preservação ambiental sob a controversa presidência do magnata do petróleo, o sultão Al Jaber. O final do recurso aos combustíveis fósseis não constituiu o único horizonte a alcançar, uma vez que cenários previstos para uma distância de dez a vinte anos estão a verificar-se na actualidade. A escassez de água será um problema que assumirá dimensões verdadeiramente assustadoras, ao mesmo tempo que florestas tropicais vão sendo dizimadas e que as indústrias extractivas mantêm um ritmo intensivo. Como afirmou a jornalista Clara Ferreira Alves em entrevista à revista Visão em finais de Setembro, “no futuro, se queremos proteger o planeta vamos ter de fazer privação e sacrifício, vamos ter de renunciar a uma economia que apenas consome, consome, consome… Temos de dizer às pessoas que não podem comprar t-shirts a 4 euros e deitá-las fora! Nem a máquina de lavar, nem o computador nem o telemóvel”, recordando que “metade do estado imenso do Mato Grosso já foi destruída, não para o gado e para as indústrias da carne, mas sim para a soja. A soja está em todo o lado, como aditivo nas comidas ultraprocessadas, tal como o óleo de palma. Multinacionais como a Rio Tinto, a antiga Vale do Rio Doce, são muito poderosas e passam completamente ao lado, ninguém fala na Monsanto, por exemplo.” Os sinais são evidentes e basta consultar uma agência noticiosa ou as páginas de qualquer jornal para se compreender a urgência de uma tomada de posição global no que respeita à protecção do planeta. Em pleno final de Inverno, o Brasil enfrentou temperaturas que alcançaram os 40 graus centígrados. No Dia Nacional da Sustentabilidade, Francisco Ferreira, presidente da associação ambientalista Zero, observava na conferência Visões do Futuro, promovida pela Deco Proteste que “se todos vivessem como os portugueses precisávamos de três planetas”, alertando assim para o consumo excessivo, sublinhando que “temos que ser suficientes, consumir e usar apenas aquilo de que precisamos” e recordando que também o impacto das guerras relativamente às metas de descarbonização é absolutamente avassalador e que a crise económica obriga ao desaceleramento do cumprimento dos objectivos de desenvolvimento sustentável (que em Portugal foram alcançados apenas em 10%).
Somos muito mais vulneráveis do que pensávamos
Em 28 de agosto o jornal The Guardian publicava uma peça onde questionava um grupo de 45 importantes cientistas de todo o Mundo acerca da situação actual relativamente às alterações climáticas e à sua eventual irreversibilidade a propósito das ondas de calor extraordinárias, dos incêndios massivos e das cheias que têm vindo a ceifar vidas nos EUA, na Europa, na Índia e na China. Uma das respostas diversas vezes obtida foi a de que, apesar dos seus avisos terem sido largamente ignorados, o aquecimento global a que temos vindo a assistir foi previsto há já três décadas. Previu-se, então, o aumento da temperatura das águas do mar e a perda de gelo na Antárctida e antecipa-se agora que a instabilidade climática a que se tem vindo a assistir no globo ao longo dos últimos meses representa apenas “a ponta do icebergue” comparada com os impactos ainda mais profundos que poderemos vir a testemunhar. Daqui a uns meros dez anos, os eventos excepcionais verificados em 2023 poderão passar a caracterizar um ano “normal”, a menos que se acelere no que respeita a uma tomada de acção de protecção do planeta. Alerta-se que o futuro poderá ser ainda mais catastrófico do que conseguimos antecipar. Na verdade, já neste momento são vários os cientistas que apontam ter ficado surpresos com a intensidade de episódios mais extremos por parte da Natureza. “Sou especializada em ondas de calor e não fiquei surpreendida que a maioria do hemisfério norte passasse por ondas de calor este Verão, mas a sua intensidade é superior à que esperava,” afirmou Sarah Perkins-Kirkpatrick, professora associada da Universidade da Nova Gales do Sul (UNSW), em Sidney. “Estamos a alcançar extremos inéditos muito mais cedo do que esperava. É assustador e preocupante e de facto sugere que não temos noção do que está para vir.” Também a vulnerabilidade humana joga neste cenário um papel decisivo. “Os eventos não foram subestimados à escala global, embora alguns extremos térmicos se tenham revelado a uma escala superior à que estavam previstos. Contudo, os impactos foram subestimados porque afinal somos muito mais vulneráveis do que pensávamos,” afirmou Christophe Cassou, investigador do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) da Universidade de Toulouse III – Paul Sabatier.
As atividades humanas trouxeram agora a Terra para fora da janela de variabilidade ambiental do Holoceno
A proximidade dos eventos poderá, contudo, ajudar a espécie humana a consciencializar-se acerca desta questão, que é primordial, mas que aparentemente ainda não motivou os decisores verdadeiramente habilitados a tomar uma atitude. Kathatrine Hayhoe, cientista da The Nature Conservancy, conta que ao longo de anos referia “o desafio da distância psicológica: quando perguntamos às pessoas se se preocupam com as alterações climáticas elas respondem que sim; mas se lhes perguntarmos se se sentem afectadas respondem que não. Essa fronteira está a desvanecer-se muito rapidamente à medida que quase todos nos conseguimos lembrar de alguém ou de algum lugar que apreciamos que tenha sido afectado por incêndios ou por ondas de calor, ou por cheias ou qualquer outra coisa.” O colapso das correntes meridionais do Atlântico (Circulação Meridional de Capotamento do Atlântico, AMOC) poderá dar-se já em 2025 caso não se verifique uma drástica redução da emissão de carbono para a atmosfera, indicou um estudo publicado pela Nature Communications e levado a cabo por uma equipa de cientistas da Universidade de Copenhaga. O degelo na Antárctida é outro dos riscos apontados. Desde 1997 já se perderam 7,5 toneladas de gelo. Um recente estudo publicado na revista Science revelou que a Terra se encontra agora fora do espaço operacional seguro para a humanidade, tendo o planeta ultrapassado seis dos nove limites de estabilidade. De acordo com o estudo publicado pela equipa de investigadores da Universidade de Estocolmo, “as atividades humanas trouxeram agora a Terra para fora da janela de variabilidade ambiental do Holoceno, dando origem à proposta da época do Antropoceno”, colocando-se assim em causa mudanças profundas nos sistemas que até agora garantiam a viabilidade da vida na Terra.
Temos de tornar bem claro o risco que corremos
Keith Scholey, realizador, co-fundador da Silverback Films e zoólogo que há mais de 40 anos, realiza documentários sobre vida natural (contando muitos deles com a presença de Sir David Attenborough) e que em2023 lançou mais uma série para a Netflix intitulada Life on Our Planet, partilhou com a Travel & Safaris a sua frustração perante o facto de “todos sabermos o suficiente sobre a seriedade da situação”, referindo a dificuldade de “mudarmos a mentalidade” das pessoas em geral perante as alterações climáticas que ameaçam destruir a nossa civilização. “Penso que como comunicadores, temos de tornar bem claro o risco que corremos. E se recorrermos a uma linguagem mais militarizada, talvez o consigamos. Se explicarmos às pessoas que estamos numa verdadeira guerra pela sobrevivência e que, ao recorrermos aos combustíveis fósseis, estaremos a armar o nosso inimigo e a destruir as nossas defesas, talvez sejamos melhor ouvidos e depois os políticos, que são os verdadeiros decisores, farão aquilo que o público lhes ditar.” Life on Our Planet é mais uma tentativa da Silverback Films para alertar este mesmo público para a situação que enfrentamos ao narrar os cinco eventos que extinguiram as espécies que no passado habitaram o nosso planeta. “Três deles foram causados pelo CO2 e nesta altura, através da sua acção, o ser humano está a copiar um destes eventos. Nenhuma das extinções a que a Terra antes assistiu foi causada por qualquer tipo de criatura. Só a que agora se aproxima…” No espaço recorde de 50 anos, o ser humano conseguiu precipitar um evento do qual a Terra demorou dez milhões de anos a recuperar. “Estou a falar da extinção decorrida no período permiano, há 250 milhões de anos”, também conhecida como a Grande Morte e que arrasou cerca de 95% dos seres vivos de então por ter provocado uma enorme emissão de CO2 para a atmosfera em virtude da actividade vulcânica.
A solução para evitar a sexta extinção está, na opinião de Scholey, em “influenciar os nossos líderes, os nossos governos, através da exigência das populações”. O realizador acredita também que quem melhor poderá contribuir para que, de facto, algo impactante decorra neste sentido será o mundo dos negócios e das finanças. “Têm visões e projectos a longo prazo, ao contrário do poder político, cujos objectivos são sempre a curta distância. Temos de pensar o mais possível no modo como melhor poderemos conseguir explicar a natureza desta crise às populações e depois temos de fazer com que o universo político, dos negócios e das finanças assumam uma posição e uma tomada de atitude que seja, de facto, concreta.” Evitar as emissões de CO2 será uma das medidas a adoptar de imediato se queremos preservar a espécie e o mundo como o conhecemos. Para este efeito “é preciso influenciar as populações ao ponto de estas exigirem empenho por parte dos decisores mundiais. Na COP26 foram estudadas e abordadas muito boas medidas e entretanto assistimos ao seu ‘abandono’… As notícias acerca do gelo da Antártica são claras. A acção tem de ser tomada a larga escala e só o mundo político, dos negócios e finanças poderá, de facto, decidir fazê-lo.”
A maior parte da pesca industrial realizada nos oceanos é subsidiada
Dedicada a promover a consciencialização acerca deste tema, a Silverback Films procurou financiamentos para realizar um filme com Sir David Attenborough acerca dos oceanos e que será exibido na Conferência dos Oceanos (promovida pelas Nações Unidas) a decorrer em França em 2025. “Decidimos obter financiamento para realizarmos esse filme de modo que pudesse ser visto pelo maior número de pessoas possível e também para que pudéssemos dizer o que consideramos que é preciso dizer. O modo como o oceano é actualmente administrado pelos governos globais não serve os interesses das populações mundiais. Se destruirmos o maior sumidouro de carbono de que dispomos… O oceano é absolutamente importante para cada homem, mulher e criança deste planeta, é absolutamente essencial, portanto temos de conseguir que os habitantes do planeta consigam que as lideranças políticas os protejam. Para os governos é fácil fazê-lo.” A pesca industrial é o principal agressor do oceano, “a maior parte da pesca industrial realizada nos oceanos é subsidiada e relativamente poucas pessoas consomem esse peixe. Os habitantes do interior, por exemplo de África, nunca veem um peixe, mas são altamente afectados pelas mudanças climáticas e com a destruição dos oceanos… Sabemos que se protegermos 30% do oceano o peixe reproduzir-se-á muito mais. Agora, com a presente situação, estamos a arrasá-lo. Deixará de funcionar como sumidouro de carbono”, dar-se-á um aumento de CO2 na atmosfera que será rápido e as mudanças climáticas serão ainda mais desastrosas (aumento do nível do mar, acidificação dos oceanos, perturbação dos padrões climáticos globais, etc.).
Esquecemo-nos que as florestas tropicais nos protegem do carbono; temos de passar a encará-las como sistemas de defesa
“Temos de investir nas nossas defesas e o primeiro investimento deverá incidir nos oceanos. O que é irónico é que não custará um cêntimo. Os governos só têm de deixar de subsidiar a pesca. Até poupariam dinheiro! Se o fizerem não será preciso mudar as populações de um lado para o outro, não será necessário construir, basta concordar em não fazer nada e em deixar de subsidiar estas pescas,” o que ainda não aconteceu devido a pequenos e muito poderosos lobbies, representando a União Europeia um dos principais intervenientes nesta área. Há de facto uma necessidade de reavaliar se os custos deste financiamento a um já não longo e talvez nem médio e eventualmente curto prazo não serão absolutamente destrutivos se pensarmos no planeta, em todos nós e nas gerações a quem deixaremos o planeta. A estas gerações pertencem os milhões de jovens que pelo Mundo fora têm vindo a manifestar o seu receio, a sua preocupação e a sua revolta. Destes são exemplo os seis portugueses que através da Global Legal Action Network (GLAN) levaram 32 países ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos por não fazerem o que lhes cabia para evitar uma catástrofe climática. Com idades compreendidas entre os 11 e os 24 anos, Catarina, Cláudia, Martim, Mariana, Sofia e André optaram por uma via inédita seguindo a opção do direito internacional para fazer valer o seu ponto de vista que, na verdade, deverá ser sempre o de todos nós.
Novamente a alteração necessária reside no modo como “estabelecemos e reconsideramos o que tem ou não tem valor”, diz Scholey. “Por exemplo, durante dois séculos, as baleias foram vistas apenas como uma mercadoria comercial e só quando uma grande quantidade da população mundial de repente começou a encará-las como mais do que tal (e nessa altura ainda não se conhecia o seu extremamente importante papel ecológico na reciclagem da água da superfície) é que a caça à baleia começou a ser travada. A partir do momento em que começámos a valorizar as baleias de um novo modo, mudámos a nossa atitude para com elas. O mesmo devia aplicar-se aqui. O efeito da pesca industrial é monstruoso, se fossemos ver a quantidade de peixe que deveria haver no mar seria tremenda.” Keith é, no entanto, optimista; acredita que ainda é possível reverter o caminho que o Homem tem vindo a traçar. “Se explicarmos às populações do Mundo o que se passa, se as fizermos perceber a gravidade da questão e lhes apresentarmos soluções… algumas destas soluções não são difíceis. Por exemplo, se apenas protegêssemos o oceano, a população global teria um enorme benefício e poucas pessoas reparariam. Só um pequeno, muito pequeno, grupo de pessoas sentiria a sua economia ser afectada.” Atribuir valor ao habitat do ponto de vista relativo ao carbono seria outra medida a tomar e também fácil de adaptar. “Apostamos em investir na Ucrânia fornecendo-lhes mísseis para se protegerem dos ataques russos, mas esquecemo-nos que as florestas tropicais nos protegem do carbono; temos de passar a encará-las como sistemas de defesa e atribuir-lhes um valor de carbono. Pagaríamos aos países onde elas estão localizadas para que as protegessem. Isto novamente tem a ver com uma mudança do nosso conceito sobre o que é ou não valioso e importante. Se dissermos a um fazendeiro que o seu terreno será mais lucrativo se ele colocar lá vacas, então estaremos a pensar a curto prazo. Mas se formos realmente inteligentes, dir-lhe-emos que nada faça e apenas preserve a terra e pagamos-lhe. Trata-se de alterar o modo como concebemos o que tem ou não valor. Penso que não devemos falar de conservação nem de preservação; devemos falar do mundo natural como estruturas de defesa que estão à nossa disposição para nos protegermos. Na verdade, a crise em que nos encontramos é uma guerra e temos de fazer algumas analogias militares de modo que as pessoas comecem a perceber.” O holoceno é muito, muito importante para a defesa dos nossos filhos e dos nossos netos.
Não fazermos nada num ponto em que ainda podemos fazer algo será muito má ideia. “Estamos no período da história humana mais importante de sempre e vivemos a era mais importante que poderemos testemunhar em todos estes quatro biliões de anos e meio. Pense naquele filme em que há um meteorito que se move na direcção à Terra (Don’t Look Up) e no qual eles se perguntam ‘o que fazemos?’” Agimos ou ficamos tranquilamente a aguardar algo que no fundo sabemos bem estar a aproximar-se? “Na verdade há um meteorito a caminho; não parece estar a vir, mas ele está de facto a caminho… Há que conseguir que as pessoas compreendam que vem aí um meteorito…” Tique-taque…