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UGANDA

Citando Winston Churchil, é a pérola de África!

A maravilhosa surpresa das montanhas de chá, vegetação luxuriante e beleza dos parques de vida selvagem.

O Uganda é um país maioritariamente cristão, em que 80% dos habitantes são católicos e protestantes. Pode visitar a Igreja Católica, que recebeu uma visita do Papa Francisco em 2015.

Tem oito parques de vida selvagem e proporciona programas cheios de boas alternativas. A principal, verdadeiro cartão de visita deste país, são os habitats naturais e protegidos dos gorilas, nas suas belíssimas montanhas.

Texto e fotos Marta Galvão de Melo

O Parque Bwindi – Percurso dos gorilas

Se vai ao Parque Bwindi, nas montanhas, opte por um Land Rover descoberto  (em que a parte superior do tejadilho levanta) e aproveite para inspirar o ar da região montanhosa até chegar ao ponto de partida do percurso pedestre. Esta paisagem até ao lodge, ou no percurso para o ponto de encontro com os rangers do parque, alterna entre grandes plantações de chá e árvores africanas, em que é possível observar babuínos e várias outras espécies de primatas nas árvores,envolvidas numa profusão de folhagem verde tão densa que a temos de abrir com catanas, quando já estamos nesse percurso de visita aos gorilas, a pé.

No parque, recebemos instruções e regras dos rangers, que orientam as visitas dos viajantes e os conduzem até a um grupo/família de gorilas.Este percurso pode demorar de 20 minutos a duas horas, dependendo da deslocação livre destes animais. Abrir caminho entre mato com a ajuda dos rangers é de facto uma sensação única, porque sentimo-nos novos nesta experiência pouco comum em viagens a África.

A natureza está sempre a renovar-se e a fechar-se à intervenção humana e essa descoberta neste passeio é para nós uma revelação há muito esquecida.

Vimos fascinados com a visão do gorila bebé a brincar com os irmãos e os pais. A parecença de atitudes e gestos não será mais esquecida, nem a percepção de que os gorilas são pacíficos, ao contrário, muitas vezes, do Homem.

Kampala: capital do Uganda, é uma cidade em franco desenvolvimento. Para além dos edifícios de origem inglesa (legado dos antigos colonos), que actualmente desempenham funções governamentais e pertencem ao Estado do Uganda, identificam-se muitas novas edificações, que resultaram, por exemplo, da ampliação de resorts, e a circundar a cidade grandes extensões cultivadas.

Quando os encontrámos, sentimos a emoção da sua magnífica e poderosa presença. Não são agressivos por natureza; só o homem pode provocar-lhes a agressividade, se mostrar uma atitude hostil que os faça sentir em perigo ou se representar um perigo para as suas crias. Esta é a parte mais emocionante e bela desta descoberta, pois os gorilas brincam, saltam e têm muitos gestos similares aos das crianças quando estão na fase de aprendizagem.

Quando já estamos saciados deste contacto animal a curta distância (o que é uma fantástica surpresa), encetamos o caminho de volta, mas de “papo” cheio das emoções vividas.

 

Locais a visitar em Kampala:

  • Kampala National Museum
  • Mercado local com artesanato do Uganda (pinturas em papiro, saídas de praia, com motivos africanos, colares e pulseiras em tecido e anilhas coloridas, esculturas e máscaras)
  • Igreja católica de Kampala: onde o Papa Francisco I fez a sua primeira visita a um dos países Africanos mais emblemáticos de tradição cristã,em Novembro de 2015, e onde canonizou os 22 mártires cristãos.

 

A nossa percepção deste magnífico país começa logo nas primeiras imagens do Lago Victoria, que se mistura com verdes pastos e maciços frondosos de acácias, eucaliptos, pinheiros e árvores da borracha, já quando estamos na linha de aterragem para o aeroporto de Entebbe (cidade do aeroporto internacional).

Há várias opções: o Protea Hotel Entebbe, um hotel urbano, simpático e a preço conveniente para descansar uma noite antes de prosseguir viagem. Outra opção é seguir diretamente para Kampala, onde se pode escolher entre fantásticos hotéis –o Hotel Serena Kampala ou o Speke Resort, em Kampala, a uma hora de carro. De Entebbe a Kampala distam 32 km, mas o trânsito em Kampala pode originar uma demora entre 45 minutos a uma hora até ao hotel.

Para quem gosta de Resorts, o Speke Resort é magnífico, pela ampla escolha de acomodações, tipologia de quartos, beleza e dimensão dos jardins para passear e piscina olímpica, com ginásio para relaxar da viagem.

Hotéis recomendados em Kampala

  • Lake Vitoria Serena Golf Resort & Spa (a 25 minutos de carro do Aeroporto Internacional de Entebbe). Os hotéis Serena de cinco estrelas têm serviço de transfer com heliporto.
  • Speke Resort em Kampala.

Apanhámos o voo doméstico para Kisoro, a porta para a famosa floresta Bwindi. Esta densa floresta com 324 espécies de árvores, localizada no sudoeste do Uganda, tem 331 km2, sendo uma das maiores florestas desta região do Uganda. Foi classificada pela Unesco graças às espécies endémicas que ainda possui: mamíferos, aves e 224 tipos de borboletas.

Ficamos no Gorilla Safari Lodge, considerado um dos melhores lodges do Uganda. Mas vamos falar da aventura que consiste nesta caminhada de encontro com um dos grupos/famílias de gorilas. No parque existem 324 gorilas, o que constitui metade da população de gorilas do globo.

Kyaninga Lodge – Fort Portal:

Este hotel tem uma paisagem fabulosa. De um lado, as montanhas Rwenzori e, em frente, uma paisagem deslumbrante virada para o Lago Kyaninga (antiga cratera). São nove casinhas feitas em troncos esculpidos e colmo, sem contar com as áreas comuns (Main Lodge). Estes espaços significaram seis anos de intenso trabalho, para conseguir um Lodge com todos os confortos de hotel exclusivo e para serem assistidos por um sistema de energia solar que segue os actuais princípios de sustentabilidade ambiental. Tanto as salas como os quartos estão bem localizados e proporcionam a idílica e grandiosa paisagem.

Os quartos são bons, espaçosos (camas king size) com a decoração adequada ao local, muito bonitos, feitos com madeiras tropicais de grande porte e a decoração linda e tipicamente africana a fazer ponte com o panorama. Têm uma varanda para tomar café ou chá durante o despontar do sol, ou uma bebida ao final da tarde, com toda a privacidade.

Os jardins, desenhados por uma arquitecta paisagista, conferem ao espaço circundante dos quartos e da piscina um toque de beleza, em sintonia com a paisagem africana genuína e intacta.

O menu (três refeições – all inclusive) é de inspiração europeia, mas com utilização dos ingredientes africanos locais ou da própria horta, concebida para o efeito. Para além de sofisticados pratos de cozinha, têm uma boa selecção de vinhos.

O staff é muito prestável e atencioso. Têm também artesanato africano, cuja receita reverte a favor da aldeia que confina com o Lodge. Este artesanato está distribuído pela recepção, sala de estar e bar, que são muito convidativos e de aspecto confortável. Estes espaços são mais utilizados pelos hóspedes à noite, ou seja, quando apetece recolher das aventuras à luz do sol – caminhadas para observação dos primatas, birdwatching, nadar no lago (para quem não se contenta com a piscina) e diversos passeios sugeridos, pelo mato africano.

O único senão são as imensas escadas para todos os quartos e instalações deste lodge. Não é aconselhável para idosos ou crianças muito pequenas.

Kibale Forest National Park:

Desde o Canal Kazinga até à Floresta Kibale passamos por pequenas aldeias, extensos campos de chá, às vezes plantados em socalcos, que fazem lembrar as plantações de vinha do Douro em Portugal. Algumas vezes observamos interrupções destas culturas com  outras mais pequenas, de milho, bananas, mangos, e depois novamente floresta. Nessas extensões com grandes árvores africanas, podemos observar babuínos, chimpanzés e primatas muito engraçados, os chamados “Mantled Colobus” ou “Colobus Guereza”, macacos de pequena estatura, negros e com uma tira branca de pelo à volta do focinho, que se prolonga até à cauda.

Passamos também inúmeras savanas com lagos em crateras vulcânicas.

Alguns destes lagos são salgados, como por exemplo o Lago Nhamuruka, procurado sazonalmente pelos animais que lá vão lamber esse sal. A Floresta Kibale alberga o maior número de espécies de primatas do mundo. Tem 4950, só de chimpanzés recenseados.

As plantações de chá são revistas pelos aldeãos ao longo do ano.

As plantas em África crescem rapidamente, tendo assim várias colheitas tratadas ao pormenor pelas gentes locais, contratadas para o efeito.

Kyambura Gorge Lodge: com oito cottages confortáveis e varandas privativas, onde podemos observar a floresta, numa engraçada cadeira de baloiço. A ideia de balançar romanticamente neste descanso privado transporta-nos a um enlevo e bem-estar, só vividos ao entardecer e em boa companhia.

Este lodge, com receção, salas de estar e de jantar, foi construído a partir de uma antiga fábrica e plantação de café. A decoração é africana, mas com muitos apontamentos de design moderno nas salas e com uma fantástica varanda para relaxar, que oferece uma vista linda para as Montanhas da Lua e o parque de vida selvagem “Queen Elisabeth National Park”.

Queen Elisabeth National Park

Com 1978 km2 e mais de 200 km de percursos delineados para não repetirmos zonas já visitadas, este parque tem todos os animais que se podem desejar ver na selva africana. Exceptuam-se talvez os rinocerontes que, por prevenção dos inúmeros caçadores furtivos, altamente recompensados por este flagelo, estão num espaço protegido denominado “Sanctuary” (Santuário), com rangers preparados para qualquer eventualidade.

Nas expedições por este magnífico parque vimos águias pesqueiras, abutres (sendo que existem 324 espécies de aves), springboks, impalas, búfalos, elefantes efacoceros de crina longa. Já os leões, que durante as hora de calor estavam debaixo de frondosos arbustos, não se deixaram observar tão facilmente. Estes animais caçam de noite e, de dia, normalmente descansam.

Em Inshasha podemos mesmo ter a oportunidade de ver leões trepadores de árvores, uma espécie de leões que só existe no Uganda.

Jinja é a segunda cidade com mais comércio no Uganda. Situa-se na zona leste, junto à nascente do grande rio Nilo, o Lago Victoria, e prossegue até ao mar Mediterrâneo.

 

Zip Link

Consiste na subida a pulso a uma árvore de 18 metros que tem cravados ferros de apoio alternados. Quando estamos prestes a alcançar o topo, a cerca de dois metros do fim, “aquecemos a adrenalina” de forma inesperada. Porquê?

A árvore aparece-nos como realmente é, gigante, e parece de repente estreitar nos últimos ferros cravados no tronco. Sentamo-nos numa pequena plataforma onde temos um ajudante, mas o nosso coração já está a mil batimentos! Depois, o desafio é colocarmos o rodízio que levamos à cintura e deslizar por um cabo de aço até à árvore seguinte. O que me custou mais foram os dois últimos metros de subida à árvore e o segundo deslize, da segunda para a terceira árvore. Assim que ganhamos consciência da altura, a vista é absolutamente magnífica, principalmente quando passamos quedas de água e ouvimos o fragor potente da sua movimentação, num caudal que chega a ter a distância de 40 metros abaixo da nossa precária localização.

Depois de passarmos as várias plataformas das seis árvores, onde desfrutamos de uma paisagem magnífica de grandes troncos e folhagem densa do mais puro verde inspirado, começamos a descer “em direcção à terra” e a aterrar finalmente.

Posso dizer que nos sentimos bravos destemidos e recompensados pela ousadia que tivemos ao participar nesta actividade!

 

JinjaNile Resort:

São 140 cottages que se espraiam em frente a este grande rio, em que é possível observar alguns pescadores na sua faina, em diversas horas do dia. Pequenos macacos brincam no local; quem gosta de birdwatching pode deliciar-se ao ver variadíssimas espécies de aves nas árvores circundantes. Os jardins relvados vão também dar à piscina, spa e barbecue, instalados no parque que confina com a Recepção.

Actividades e programas em Jinja:

Bungee jumping, para quem gosta de emoções fortes e quer experimentar”o salto” na paisagem africana.

Montar a cavalo nas margens do Nilo:

Se fosse só praticar esta modalidade, para quem já a naturalmente pratica, não constituiria novidade. Mas montar a cavalo nesta paisagem idílica, atravessar aldeias e visitar gentes, num passeio único porque diferente do que seria na Europa, vale bem a pena.

Rafting nos rápidos:

Sempre diferente, porque não há rápidos iguais e cada país ou local tem sempre novos atrativos ou belezas para conhecer.

Motoquatro

Para quem gosta de atividades radicais, esta modalidade não é a mais escolhida, porque a velocidade é sempre reduzida por motivos de segurança dos clientes. Mas também é uma opção.

A não perder:

Canal Kazinga: este canal flui entre o Lago George e o Lago Edward.

Cruzeiro de barco

Chegamos ao pequeno porto do lago Edward e entramos no barco (o primeiro andar é descoberto) em direcção ao local onde búfalos, elefantes, hipopótamos e uma infinidade de aves gozam a frescura e bem-estar do rio.

Para além do porte majestoso de alguns elefantes ou búfalos, hipopótamos e crocodilos de dimensão pequena, ficamos fascinados com as diferentes aves do Uganda: os pelicanos rosa e brancos, os patos “Black Crake”e “Knob-Billed”, os grandes corvos de penacho comprido, os Tecelões amarelos, os Carrapatos de Água (Water-Tick Knee), as Garças Brancas a correr nas margens, de patinhas altas e rápidas e muitos outros. Mas gostaria de dar destaque aos Pied King-Fishers, que parecem autênticas ventoinhas a preto e branco, constantemente a fazer voo picado e a cair em cima das suas presas, com uma precisão realmente surpreendente. Muitas mais aves ficarão por citar (existe um livro magnífico de aves do Uganda com belas fotografias e notas sumárias do comportamento e migração destas aves). Isto sem contar com as nossas mais conhecidas cegonhas, pelicanos, águias pesqueiras e milhafres.

A oportunidade de as observarmos deste modo é única, porque as recordações que levamos destes animais são tão próximas e reais que outra forma de nos aproximarmos tão perto não nos daria esta possibilidade, por ser perigoso.

Pôr-do-sol na nascente do grande rio Nilo:

As cores que se vão desenhando no horizonte, à medida que o sol vai adormecendo e as aves aquáticas tecem composições nas árvores das ilhotas que povoam este rio são verdadeiros quadros em contra luz e salientam as cores rubras dos últimos raios de sol.

A noite chega e jantamos num picnic, onde não faltam bebidas e petiscos.

A “ordem dos factores” na programação é relevante, no sentido em que temos de refletir a que experiência e percurso devemos dar prioridade, escolhendo em função do que mais gostamos para nos “sentirmos a viajar”. A que é que se deve dar prioridade, nos percursos dos parques de vida selvagem?

Para mim resume-se a três factores muito importantes: primeiro, assistir à vida dos animais, em especial dos menos comuns e de grande porte que ali existem em liberdade e que normalmente só vemos atrás de grades. Observá-los de uma forma tão próxima parece-nos quase irreal!

Elejo, por isso, em primeiro lugar, a caminhada para ver os grupos de gorilas, em que o percurso é feito a pé e chegamos a estar, na verdade, a três metros de distância destes belíssimos animais selvagens de grande porte. É uma experiência que nos marca e falar do Uganda é falar logo de gorilas.

Em segundo lugar, o “Zip Link”, a actividade mais fascinante e desafiadora de trepar de árvore em árvore, através de um cabo de aço e a sustentá-lo no percurso de seis árvores que constituem este divertimento.

O terceiro, o cruzeiro no lago Edward, em que a proximidade com os hipopótamos, os búfalos e elefantes realmente nos enche as medidas, além da proliferação de imensas aves aquáticas únicas deste país.

 

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