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As alterações climáticas, nomeadamente o aumento da temperatura das águas do mar (portanto o Homem) estão na origem do fenómeno

De acordo com um estudo realizado pelo Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve, a costa portuguesa assistirá a um abandono por parte de diversas espécies piscícolas de valor económico que actualmente são ali pescadas e que integram a dieta nacional. Num total de dez espécies, entre elas a pescada, o robalo, o linguado, o bacalhau e a sardinha, pesquisou-se o efeito da emissão dos gases de estufa, que aumenta a temperatura do ar e das águas, e ainda variáveis como o plâncton, a salinidade e o oxigénio presentes no oceano, concluindo-se que mesmo que o Acordo de Paris seja cumprido na íntegra e que a temperatura não aumente muito, estas espécies movimentar-se-ão para as águas do norte em busca de águas mais frias, migração esta que será mais acelerada caso aquele não seja respeitado. Segundo Manuel Martins, autor do estudo, “as espécies que vão ficar nas águas no futuro não são as que cá estão agora”, podendo ser necessário que os pescadores se vejam obrigados a empreender grandes viagens para encontrar as espécies que estamos habituados a encontrar nas águas portuguesas. Uma vez que, como afirma, “para as espécies não existem fronteiras” e que poderão rumar a zonas económicas exclusivas, poderemos até assistir ao despoletar de conflitos graças a este fenómeno e o investigador admite mesmo que “poderemos ter um Portugal em que deixe de haver sardinha e bacalhau e haja uma reinvenção de costumes”.

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