1
Shares
Pinterest Google+

O melhor de uma América de antes…

Há quem considere que a América brilha pelas grandes cidades, o que é verdade, mas não é mentira nenhuma que este país é muito mais do que NY, Chicago, LA ou Las Vegas. Nesta edição pegamos no mapa e mostramos-lhe algumas das mais belas localidades americanas seguindo a Rota dos Cowboys e dos parques nacionais situados no oeste dos EUA.

Cody

Começamos pelo Wyoming e pela cidade de Cody, que foi baptizada assim em honra de William Frederick Cody, melhor conhecido como Buffalo Bill, cuja presença é ainda marcante em toda a cidade. Aqui encontrará museus e recriações de momentos e cenários históricos. Recomenda-se uma visita ao Cody Nite Rodeo, onde se testemunha o lançamento do laço por muitos cowboys. O Old Trail Town, mesmo ali ao lado, é também um lugar de visita obrigatória, tratando-se de um museu vivo onde se podem apreciar as casas tradicionais, um saloon e onde se sente a atmosfera do clássico far-west.

Devil’s Tower

Ainda no Wyoming, visitamos o Devil’s Tower, um lacólito colunar com um topo plano, consistindo no primeiro monumento nacional dos EUA, declarado pelo Presidente Theodore Roosevelt em 1906. Ergue-se a 275 metros de altura e foi ali que foram filmadas algumas cenas do clássico de Steven Spielberg “Encontros Imediatos do Terceiro Grau”. De acordo com as lendas tribais dos Lakota e dos Kiowa, esta formação geológica ocorreu por vontade do Grande Deus, que cedeu aos pedidos de algumas raparigas indígenas que haviam ido brincar e que se tinham visto em apuros, sendo perseguidas por ursos gigantes. Ao que narram, as raparigas ajoelharam-se e pediram ao Grande Deus que as acudisse e este fez erguer-se da terra onde se encontravam esta formação, que dos lados se encontra ainda hoje arranhada pelas garras dos ursos que teimaram, em vão, apanhá-las. As raparigas terão assim subido aos céus e quando lá chegaram ter-se-ão transformado na constelação de plêiades.

Little Bighorn

Seguimos para Little Bighorn, no estado do Montana, e viajamos também no tempo, até 25 de Junho de 1876, ano do centenário da independência dos Estados Unidos da América. Nas margens do rio Bighorn, aguardam, de um lado, o Sétimo Regimento de Cavalaria do General Custer e, do outro, as tribos Cheyenne e Sioux, unidas sob orientação dos famosos líderes Touro Sentado e Cavalo Louco. Este “encontro” consistiu na maior derrota do exército americano no contexto das chamadas Guerras Indígenas, tendo o mesmo sido completamente aniquilado e custando as vidas de 268 homens do exército, incluindo o próprio Custer. A visita a este local vale como momento de reflexão sobre a determinante alteração que viria a decorrer em terras americanas, com os indígenas a acabarem por perder as suas terras e também sobre o verdadeiro espírito americano.

Monte Rushmore

De Montana rumamos ao estado de Dakota do Sul, seguindo até ao incontornável Monte Rushmore. Inaugurada em 1941, esta gigantesca obra que levou cerca de 14 anos a ser realizada, esculpe na pedra os rostos de quatro presidentes americanos: George Washington, primeiro presidente dos EUA; Thomas Jefferson, autor da Declaração da Independência; Theodore Roosevelt, que lutou pelo aumento do conhecimento e pela liberdade de expressão, e Abraham Lincoln, que defendeu a paz no país em tempos de guerra colonial. O seu autor, Gutzon Borglum, faleceu um ano antes de ver terminada a obra, que acabou por ser levada a cabo pelo seu filho.

Deadwood

Deadwood fica também no Dakota do Sul, tendo herdado o nome a partir das árvores mortas que os primeiros colonos viram quando ali chegaram. Iniciou-se como povoado ilegal, já que o território tinha sido acordado permanecer em posse dos índios Lakota, que o consideravam sagrado. Claro que o tratado foi desrespeitado após a descoberta de depósitos de ouro, o que conduziu a uma corrida ao ouro, altura em que esta terra vive, então, o seu apogeu (entre 1876 e 1879). Nesta época, foram inúmeras as personagens do velho oeste que ali se reuniram. Nomes como Whyatt Earp, Calamity Jane e Wild Bill Hickok, que ali encontrou a morte, eram assíduos a esta cidade. Deadwood foi declarada Património Nacional dada a preservação arquitectónica da época da corrida ao ouro. Foi conhecida como uma cidade onde a lei não governava, onde os assassinatos eram frequentes e onde a justiça nem sempre era justa ou parcial, como narram os bons westerns.

Cheyenne

Localizada no estado de Wyoming, Cheyenne vê nas tribos índias que ali se encontravam estabelecidas, aquando da chegada de colonos e da construção da famosa linha férrea, a origem do seu nome. Cheyenne, Arapaho, Crow, Sioux e Shoshone, apesar de estarem cientes da existência de um acordo com o governo americano que defendia o seu direito àquelas terras, acabaram por ver que os seus direitos não estavam protegidos aquando do início da construção do caminho-de-ferro que ali atraiu tantas pessoas em busca de uma vida melhor, pelo que o conflito entre uns e outros era frequente. A visita a esta cidade, que é a maior de Wyoming, vale sobretudo pela oportunidade que oferece de transportar quem a visita aos tempos da busca de oportunidades pelo povo americano, à construção das linhas de ferro e a todo o imaginário da época em que as tribos índias galopavam por esta terra, também conhecida como Cidade Mágica das Planícies. O imaginário da era dos cowboys, rodeios, ranchos, revólveres e dos bordéis próprios do velho oeste está aqui bem presente.

Buffalo

Localizada no sopé das Montanhas de Big Horn, Buffalo merece uma visita que em muitos aspectos recria o ambiente do oeste americano do século XIX. A sua rua principal exibe, orgulhosa, mais de uma dúzia de edifícios históricos, incluindo o Occidental Hotel, que ali se mantém há cerca de 140 anos e leva os seus clientes numa autêntica viagem no tempo até à época em que os fora-da-lei frequentavam o seu saloon, ali jogavam poker, namoravam as empregadas e, de vez em quando, sacavam do revólver…

Das personalidades que ali costumavam ficar alojadas destacamos o famoso Butch Cassidy, Sundance Kid, Buffalo Bill Cody, Calamity Jane, Teddy Roosevelt, Herbert Hoover e Ernest Hemingway.

Parque Nacional de Grand Teton

Este parque nacional no oeste do estado do Wyoming, muito próximo do de Yellowstone, baseia a sua identidade no pico mais alto das montanhas que formam a cordilheira de Teton: o grande Teton, com 4197 metros de altitude. Ao que reza a lenda, um caçador francês terá, em tempos, observado as montanhas a partir de Idaho e ter-se-à, então, lembrado de baptizá-las como Teton (em calão francês, mamilos). Com uma beleza esmagadora, este parque oferece ambientes de floresta, de rio e de montanha, sendo habitado por ursos negros e pardos, que a qualquer momento podem dar “um ar da sua graça”….

Parque Nacional de Yellowstone

Estendendo-se pelos estados do Wyoming, Montana e Idaho, o Parque Nacional de Yellowstone é o mais antigo parque nacional do mundo, constituindo um verdadeiro marco no que diz respeito à protecção da vida natural e na história das áreas protegidas. Inaugurado a 1 de Março de 1872, justifica qualquer visita pelos seus geiseres e fontes termais e obviamente também pela vida selvagem que acolhe e onde se incluem ursos, lobos, bisontes, alces, pumas e veados, entre outros. Representa o centro do grande ecossistema do Yellowstone, um dos maiores ecossistemas temperados do mundo que ainda sobrevive no nosso planeta. Em 1976 foi designado como Reserva da Biosfera e em 1978 como Património Mundial pela UNESCO.

Previous post

Pamukkale, Éfeso e Esmirna

Next post

Pela planície africana, mas in style